"Corrigir uma página é fácil. Mas escrevê-la - ah, amigo! - isso é difícil."

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Rave gospel, breve em uma igreja bem próxima de você!


Em nome da contextualização e da necessidade de se modernizar a propagação da Palavra de Deus, tem sido comum por parte de alguns pastores e líderes evangélicos a utilização de estratégias diferenciadas na “evangelização”.

A cada instante, movidos por poderosas revelações, novas e mirabolantes estratégias tem sido criadas na expectativa de arrebanhar para os apriscos da fé, um número cada vez mais significativo de jovens. E é pensando assim que eventos, dos mais estranhos possíveis têm sido criados por parte da liderança evangélica neste país, como por exemplo, o aparecimento de boates e discotecas gospel. Aliás, você já reparou que nós evangélicos temos a facilidade de transformar tudo em gospel? Para tais pastores, boates e discotecas tornaram-se “álibis” indispensáveis para se pregar “as boas novas” de Cristo Jesus. Na verdade, neste Brasil tupiniquim, cada vez mais em nome de uma liberdade cristã, os jovens abandonam a palavra e o discipulado bíblico em detrimento às festas e eventos que celebram efusivamente o hedonismo exacerbado de um tempo pós-moderno.

Para piorar as coisas, tais evangélicos criaram a RAVE GOSPEL. Confesso que fico estupefato com a capacidade evangélica de aprovar sandices. Sem sombra de dúvidas isso é O FIM DA PICADA. Ouso afirmar que do jeito que a coisa anda daqui a pouco teremos um tipo de ecstasy gospel.

Prezados, confesso que estou absolutamente perplexo e preocupado com os rumos da igreja evangélica brasileira. Isto porque, em detrimento do “novo” têm-se optado por um caminho onde se negocia o que não se pode negociar. Cadê o compromisso com a Santa Palavra de Deus? Onde está o imperioso desejo de se fazer à vontade do Senhor em todos os momentos da vida? Por que será que temos coxeado entre dois pensamentos?

Na verdade já não se tem nem coxeado. Há muitos que já afundaram completamente sua consciência em um caminho de lama. São porcos que se saciam daquilo que seu ventre mais deseja. Esses, digo como o apóstolo Paulo, e digo até chorando: que são inimigos da cruz de Cristo.

Pois é, isto posto, chego a conclusão que mais do que nunca a igreja evangélica brasileira precisa de uma nova reforma.

Misericórdia Senhor!


 
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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Igrejas adoecidas.

“No segundo século da era cristã, os pais apostólicos discutiam entre si sobre a possibilidade ou não de haver salvação fora da igreja. Hoje, a questão inverteu-se e talvez seja mais correto perguntar se há possibilidade de alguém salvar-se estando dentro da igreja”. André Pessoa.

Nada como um dia atrás do outro e uma noite no meio... Nós Protestantes, herdeiros das tradições da Reforma do século XVI com seus “pilares”, sua teologia, suas confissões, suas teses, temos agora de conviver com uma “igreja” que possui um ambiente mil vezes mais insalubre do que o foi a Igreja de Roma na “idade das trevas”.

E não adianta você dizer que “não é do clube”! Depois do esquartejamento que fizemos no Corpo de Cristo, transformando-o em mais de 30 mil denominações no mundo, ninguém diferencia protestantes de históricos, reformados, evangélicos, neopentecostais, e quem mais chegar! Para a grande maioria da população, é tudo farinha do mesmo saco, sempre viveram no mesmo barco...

Quando há alguns anos o então Cardeal Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, no Pontificado de João Paulo II, escreveu o Documento “Dominus Lesus”, reacendeu-se o axioma de que "Fora da Igreja Católica não há salvação". Na época, o documento foi considerado tão infeliz e inoportuno, que até os cardeais protestaram contra. Sem dúvida, tratava-se de um grande retrocesso quanto às questões abordadas pelo Concílio Vaticano II de 1961.

Hoje, se os Católicos quisessem se manifestar, protestar, redargüir, criticar, nós teríamos de ficar caladinhos e de orelhas abaixadas tamanhas são as barbáries realizadas nas “igrejas” ditas “evangélicas”. O “Show da Fé”, que já era um suplício interminável, virou, há muito, “Show de Horrores”! Sai capeta!

Quisera eu que a apologética de nossos dias fosse contra o axioma Católico da não possibilidade de haver salvação fora da Igreja de Roma. Isso seria como tirar pirulito de bebê. Hoje lutamos contra nós mesmos, é o chamado fogo amigo! Não é fogo santo não irmão! Fica melhor chamar de fogo estranho mesmo! Combater “apóstolos”, “evangelistas”, “missionários” e outros “entes” eclesiásticos juntamente com o que eles pregam tem se tornado tarefa quase hercúlea!

Você acha as indulgências e simonias o “fim da picada?”. O que me diz então da água ungida do Jordão, do mapeamento genealógico das maldições hereditárias, das correntes de fé, dos processos de regressão para cura interior, da chave untada com óleo santo, do banho de sal grosso, das profetadas dos "santarados", das pirotecnias milagrosas, dos cantores “gospel”, do show dos endemoninhados – com direito a entrevista, das barganhas de todo tipo, do espólio das carteiras e dos bens dos “dizimistas”, dos elementos judaicos no culto – bandeira de Israel, Estrela de Davi, Shofa, e tantas outras maluquices que daria para escrever um livro só com as bizarrices encontradas em “nossos” “templos” e “cultos”.

Se Nietzsche, no século XIX, escreveu: “a descoberta da moral cristã é um acontecimento que não tem igual, uma verdadeira catástrofe", imagina o que ele diria da “igreja” de hoje!? É triste, mas nos tornamos a antítese de tudo o que Jesus encarnou como vida; tornamo-nos os praticantes do maior estelionato da fé que a sociedade humana já presenciou!

Por isso, pode protestar, bater o pé, fazer o sinal da cruz, fechar os olhos, tapar os ouvidos, cerrar os lábios, correr de medo, gritar “tá amarrado!”, chamar o BOPE, faça qualquer coisa meu mano, mas me deixe “sair desse trem!”. Sinceramente, conversão dentro do que se tornou a “igreja evangélica” é algo tão adoecedor e esquizofrênico que só o que nos resta é rezar para que o pobre coitado que passar por esta “experimneto” – não seria melhor dizer expremimento? – sobreviva ao que ainda virá pela frente. É que para este a grande tribulação já começou...

Não sei mais o que é pior: se a afirmação ufanista de Roma de que a salvação só se dá dentro de “suas portas”, ou a constatação de que dentro das portas de nossas “igrejas” tá ruim de haver salvação! Eu, todavia, prefiro ficar com as Escrituras: “Em nenhum outro nome há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos”. At. 4:12. Só para lembrar: Igreja não salva! Jesus Cristo é a nossa salvação!
                                                                                   Texto de Carlos Moreira
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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Bonecos de ferro ou gente de barro?

Procusto, personagem da mitologia grega, vivia perto da estrada de Eleusis. Costumava atrair para sua casa, de forma hospitaleira, viajantes solitários oferecendo-lhes abrigo para passar a noite. Ele possuía duas camas de ferro, uma menor e outra maior que, “caridosamente”, cedia ao visitante. Entretanto, depois que a vítima adormecia, Procusto a dominava para tentar adequá-la de forma exata ao tamanho do leito: se o sujeito era alto, e passava das medidas, ele cortava os pés com um machado; se era baixo, esticava os seus membros com cordas e uma roldana. Ao final, mesmo mutilada, a pessoa acabava conformando-se adequadamente ao tamanho da cama.

Olhe para as igrejas dos nossos dias! Veja se os bancos não se parecem com “camas de ferro”? Veja se a mensagem que atrai as pessoas não parece com o “maravilhoso” convite de Procusto aos incautos? Triste, mas o cristianismo de hoje está apenas produzindo bonecos de ferro, ou seja, seres caricaturados, estereotipados, gente de uma rigidez e frieza cadavérica inigualável. A mensagem, ao invés de fomentar a vida, semeia a morte, ao invés de produzir quebrantamento e pacificação interior, gera presunção e julgamento, ao invés de construir o ser, desconfigura a alma, ao invés de atrair as pessoas, produz nelas repugnância...

Ser “crente”, nesta geração, é ser “engessado”, alguém que foi “customizado” pela igreja como um produto em série. É gente sem consciência, sem senso crítico, apenas um membro de uma confraria de escolhidos que pensa que o sagrado pode ser cartelizado e o Evangelho normatizado como se fosse uma franquia do divino. Ah moçada, quão distante tudo isto está da mensagem de salvação de Jesus!

Que seja utopia, mas eu desejo um cristianismo que produza gente de barro e não bonecos de ferro, pois o barro nas mãos do oleiro ganha forma e pode ser moldado novamente caso o objeto se quebre. Gente de barro é obra de artesão, daquEle que molda o “vaso” para dar-lhe um propósito e um significado, é obra da manufatura diária da vida, que pacientemente constrói coisas boas e belas. Chega de esticar e cortar as pessoas para torná-las iguais, um “padrão de fiel”! Isto pode até fazer sentido na nossa cabeça, adoecida pela religião, mas jamais passou, nem de longe, pelo coração do Pai que está nos céus.  
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