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terça-feira, 16 de agosto de 2011

A GLÓRIA DAS CICATRIZES.


"...pois tu me levantaste e me abateste". Salmos 102:10

Ninguém gosta de portar cicatrizes.
Elas são o atestado das nossas lutas e, inevitavelmente, atribuídas ao fracasso, ao erro, ao infortúnio.

Elas chamam a atenção para o que saiu errado, para os possíveis motivos punitivos de quem gosta de apontar dedos,prato cheio aos escarnecedores, aos religiosos, aos cheios de justiça própria,

Mas já ouvi certa vez, que devia-se desconfiar de todo homem de Deus que não as possui. E simplesmente pelo fato de que elas mostram uma certa experiência, nunca sem dor ou sem desassossego. E com Deus.

Nesse salmo, David não deixa dúvidas - Deus o levantou. E Ele também abateu - não o diabo, não os inimigos, não a criatura, não as circunstâncias. E, como tudo o que Ele faz, com um propósito.

Ninguém gosta de exibir as suas mazelas. Os pés de barro. Alguns, não conseguem escondê-las. Preferem as máscaras e as próteses e essas, quanto mais perfeitas e imperceptíveis, melhores.

Hoje valorizo as minhas cicatrizes que continuam a vir sobre mim. Tenho descoberto que elas não me diminuem, mas, ao contrário, me levam mais perto de Deus e acabam como marcas desses "encontros".

São lembretes. Da nossa condição de fragilidade e pequenez, e no fim, quando fechadas, atestam sempre que passamos por Deus e saímos crescidos e mais conhecedores da Sua graça e bondade. O Caio Fábio disse certa vez: "Não há um homem de Deus, que não tenha sido elevado e depois abatido por Ele". Lembremo-nos de Jacó, de Elias, de David, de Daniel, de Paulo e de tantos outros. Nunca mais foram os mesmos depois disso.

E, como me ensinou Alan Brizotti, um amigo querido: "Elas acabam sendo úteis para curar a outros". Não são os êxitos que curam. Mas o que ficou em nós depois das provações e lutas com Deus.

Como foi com Jesus (Homem de dores e que sabe o que é padecer!) que, mesmo depois de voltar dos mortos e com um corpo bem diferente do que tinha (que até podia ultrapassar portas e paredes), manteve uma coisa especial do corpo anterior - os sinais dos cravos. E com eles, curou o incrédulo Tomé.

A minha oração é que eu valorize cada minuto nesse processo de "marcação". E em silêncio, sem queixume ou apontamento de possíveis promotores desse momento para além de Deus, acertando-me com Ele. E valorize, o que quase ninguém quer. Que talvez até os anjos desejassem se lhes fosse permitido, mas que hoje, aos humanos, não trazem sucesso algum.


Fonte: Rubinho via Blog Genizah.
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2 comentários:

  1. SEI QUE TENHO UM CERTO RESPALDO PARA FALAR DE CICATRIZES FÍSICAS E ESPIRITUAIS,MAS, O QUE DIFERE A FÍSICA DA ESPIRITUAL? POSSO LHE DIZER QUE AS FÍSICAS NOS MOSTRA O QUANTO SOMOS PEQUENOS E PRECISAMOS SEMPRE DE DEUS E DO PRÓXIMO, JÁ AS ESPIRITUAIS, É SOMENTE ENTRE VOCÊ E DEUS, NINGUÉM PODE DIZER OU FAZER ALGO."Elas acabam sendo úteis para curar a outros". NA MINHA JORNADA DE COLEÇÃO DE CICATRIZES OBSERVEI QUE ONDE EU ESTAVA SEMPRE TINHA ALGUÉM MAIS FERIDO DO QUE EU,E A VONTADE QUE DAVA E DÁ SEMPRE É DE TOCA-LOS E DIZER: SUA CICATRIZ VAI SARAR E VOCÊ VAI SE ENCONTRAR MAIS PRÓXIMO DO CRIADOR. A DEUS SEMPRE A GLORIA

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  2. Não conheço ninguém com mais respaldo pra falar sobre cicatrizes do que você, Suzy Lopes Loureiro. Esse texto me veio a calhar, mas na verdade é impossível que eu não lembrasse de você quando resolvi postá-lo. Foi em sua homenagem. Pode ter certeza.
    A Deus sempre a glória!

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